Foi
em finais de janeiro de 1974, que o Zé Augusto, o Tó Zé Lança, o Carlos da
Fernanda, o Zé Vira, o Luis Figueiredo, o Nicolau, o Manuel Matos, o Águas e os
falecidos Zé Duarte e Joaquim do Gaudêncio, se juntaram na loja deste, e
formaram a primeira associação, tendo convidado para seu presidente António
Luis Figueiredo.
A
primeira atividade desta associação, foi em maio de 1974, a realização da 1ª
festa religiosa de Cagido. Esta festa contou com um jogo de futebol no célebre
“Estádio do Mocho” numa tarde de calor, onde o saibro substituía a relva, sendo
a equipa anfitriã, o CAGIDO, contra a equipa convidada, o POIARES.
O
jogo não chegou ao fim… durante a segunda-parte deste, com a partida empatada a
3 golos, e como as regras da FIFA ainda não estavam em vigor as coisas
“azedaram”. Como cada um calçava o que tinha, e chuteiras com pitons para
agarrar melhor na “relva” eram uma miragem para a maioria, jogar com sapatilhas
de sola lisa não era a melhor opção para a estabilidade, e eis que numa jogada
com mais velocidade, o Zé da Adilia não consegue travar a tempo, e, derrapou
com alguma “biolência” contra um jogador do Poiares.
Ora,
um velho espetador da claque do Poiares, não tendo concordado com o
vídeo-árbitro, não foi de meias medidas, entrou em campo, e foi dar um estalo
no jogador do Cagido. O Zé Manel, nosso guardião, tendo ficado com os nervos
à flor da pele, vem a correr da sua baliza, e vai de pregar um murro no
velho… E pronto, o final está-se mesmo a ver… termina o jogo ao pontapé, murro
e bofetada, entre jogadores e público…
À
noite, para final dos festejos, um baile na loja do “Toino Caixeiro” com o
acordeonista “Carelhas”, e, segundo a velha Amália - o conjunto do “Senhor
Carálhas”. Durante o bailarico da festa da aldeia, e ainda quentes do intensivo
jogo de futebol, não é que um engraçadinho, não se sabe quem nem de onde,
foi-se “meter” com o “Sr. Carelhas” para tocar no seu acordeão… Depois, queria
que o Sr. Carelhas tocasse uma música do MFA (Movimento das Forças Armadas, foi
o movimento militar responsável pela revolução de 25 de Abril de 1974), e não
parava de o aborrecer.
Ora,
o guarda-redes do costume (Zé Manel), vem de lá “desalmado” e vai de pregar um
murro no gajo incómodo do bailarico… E pronto, mais um circo… É claro que,
antigamente festa sem haver “porrada” não era festa… Era como ir ao cinema e
comer pipocas…
Assim,
além de muitas outras atividades realizadas por esta direção, temos a
construção do “Boteco”,
primeira casa da
associação, e a construção da sacristia da Capela de Santo Ovídio, pois, o
Padre Tomaz Aquino, também carinhosamente apelidado como “Padre Rodelas”, só
celebraria missa em Cagido quando houvesse uma sacristia.
Em
2006 dá-se a fusão de duas associações, o Centro e o Rancho, nascendo a União
Cultural e Desportiva de Cagido. Como a história se deve perpetuar, e como
todos os anos se deverá comemorar o aniversário da associação, e como existiam
3 datas de fundação diferentes, decidiu esta direção, propor em assembleia
geral, considerar como data de fundação da UCDCagido, o dia 26 de janeiro de
1974, e também, prestar uma homenagem os seus membros fundadores, o que foi aprovado
por aclamação.
No
passado sábado dia 25 de janeiro pelas 20:30h, com um publico composto por mais
de 100 participantes, tivemos a atuação da Tuna da Confraria de Saberes e
Sabores da Beira Grão Vasco – Viseu, abrilhantando a noite. Depois, a homenagem
aos membros fundadores, durante a qual os elementos dos atuais corpos sociais
ofereceram a cada membro fundador e familiares dos falecidos, um troféu alusivo
ao momento, seguido do canto em uníssono dos parabéns à UCDCagido, com
espumante e bolo de aniversário. Para terminar a noite, os mais afoitos,
proporcionaram a todos, um momento divertido e hilariante com o karaoke.
Um
agradecimento ao IPDJ e à Fundação Inatel pelo apoio à atividade, a todos que
vieram festejar connosco, e ainda, ao autodidata Sr. António Luis Figueiredo
pela exposição dos seus presépios feitos de raízes e troncos de árvores ardidas
no incêndio de outubro de 2017.
Votos
de rápidas melhoras à nossa sócia velha e a mais assídua da nossa associação e
das nossas atividades, Ti Leonor de 92 anos, que infelizmente se encontra
hospitalizada.
Bem
hajam!
Luis
Figueiredo, presidente da direção da UCDC.